A Plataforma Unitária, coalizão oposicionista da Venezuela, se recusou na madrugada desta segunda-feira (29/07) a reconhecer os resultados que deram vitória a Nicolás Maduro, do Grande Polo Patriótico, levando-o ao terceiro mandato no país.
Segundo María Corina Machado, líder da oposição e que está inabilitada por 15 anos pela Justiça venezuelana, disse que Edmundo González Urrutia foi quem venceu o pleito, contrariando a ratificação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Declaración a medios nacionales e internacionales : https://t.co/4K50E0LWif
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) July 29, 2024
O órgão máximo do Poder Eleitoral da Venezuela – que é independente do Executivo, Legislativo e Judiciário locais – divulgou os resultados após cenário de mais de 80% da apuração das urnas apuradas, quando os números já são irreversíveis, e mostra que Maduro impôs uma vantagem de cerca de 700 mil votos sobre o segundo colocado.
Maduro angariou 5,1 milhões de votos, equivalentes a 51,20% do total. Já o opositor Urrutia reuniu 4,4 milhões, cerca de 44,02% dos votos.
Para os opositores, Urrutia é o verdadeiro vencedor por, segundo eles, o resultado ir contra supostas pesquisas internas. “Espero que todos se mantenham firmes, orgulhosos do que fizemos, porque nos próximos dias vamos anunciar ações para defender a verdade”, disse Corina Machado.
De acordo com ela, a oposição teria ganho em todos os estados do país, e que resultados esperados pela Plataforma Unitária dariam vitória a Urrutia com cerca de 70%, contra 30% dos governistas.
Maduro vencedor
O terceiro mandato de Nicolás Maduro terá início em janeiro de 2025 e durará seis anos, com sua conclusão prevista para janeiro de 2031. O período de seis anos é similar ao atual, que foi iniciado em junho de 2018 – no total, este segundo mandato terá seis anos e sete meses, enquanto o primeiro durou cinco anos e dois meses.
Após a vitória, o presidente eleito pediu respeito ao povo venezuelano, suas instituições e à Constituição. Ainda disse que a Venezuela fundou sua nova democracia participativa e um poder eleitoral que tem um sistema eleitoral de “altíssima confiança e transparente”.
“Que ninguém pretenda manchar esta jornada brilhante que tem tido o povo da Venezuela”, disse.
Maduro também comentou sobre o ataque que o sistema do órgão eleitoral sofreu: “já sabemos de que país isso vem. Um ataque massivo ao sistema de transmissão da CNE porque os demônios não queriam que se contabilizasse e divulgasse o boletim oficial hoje. Sabemos de onde isso veio. Sabemos quem ordenou. Que fique sob responsabilidade da Procuradoria-Geral da República fazer a investigação e a justiça para nosso povo”.