O atual primeiro-ministro do Haiti, Claude Joseph, e o diretor-geral da Polícia Nacional, Léon Charles, apontaram nesta quinta-feira (08/07) 28 pessoas estrangeiras supostamente envolvidas no assassinato do presidente Jovenel Moïse.
Entre os acusados, 26 são colombianos, dos quais três morreram, oito fugiram, 15 estão presos, e dois são norte-americanos de origem haitiana, ambos presos.
O diretor-geral da polícia afirmou que a entedida mobilizou todos os funcionários para prender os “criminosos que vieram semear a violência” e que “covardemente assassinaram nosso presidente”. Charles disse ainda que, graças ao trabalho das forças de segurança, foi possível “apresentar à população esses agressores”.
Diego Molano, o ministro da Defesa da Colômbia, declarou nesta sexta-feira (09/07) que pelo menos seis agressores suspeitos de estarem envolvidos no assassinato seriam ex-membros do Exército colombiano, e que o país está disposto em auxiliar com as investigações.
No entanto, de acordo com a agência de notícas AFP, citando o general da Colômbia Jorge Luis Vargas, dois suspeitos que morreram pela polícia haitiana e outros 15 “podem ter pertencido ao Exército colombiano”.
O primeiro-ministro haitiano, por sua vez, disse que uma abertura de diálogo permanente está sendo promovida com a população para comunicar informações confiáveis e evitar rumores. Garante ainda, segundo disse em discurso, que os pais do presidente assassinado irão encontrar justiça.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, anunciou ainda nesta sexta que os Estados Unidos estão enviando uma delegação, que inclui funcionários de primeiro escalão da polícia federal norte-americana (FBI), ao Haiti para auxiliar nas investigações.
Armas, veículos e malas com passaportes e telefones celulares foram apreendidos pela polícia. Charles disse que a Polícia Judiciária do país vai continuar com as investigações e pediu que a população não faça justiça com as próprias mãos, mas que apoie as forças de segurança para que se possa “encontrar todos os assassinos e entregá-los à Justiça”.
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De acordo com ministro da Defesa da Colômbia, pelo menos seis supostos agressores são ex-membros do Exército colombiano
Após uma reunião extraordinária convocada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na quinta sobre a situação no Haiti, a representante Especial da organização no Haiti disse que o país “solicitou apoio internacional para investigar o assassinato do presidente e também em questões de segurança”.
Outra medida tomada no país é um inquérito conduzido pela Polícia Judiciária para que todos os agentes de segurança próximo a Moïse expliquem onde estavam e o que fizeram para evitar o destino que teve o presidente.
A República Dominicana também está investigando uma possível presença de oito colombianos no território, supostamente em fuga do Haiti. “As agências de segurança em aeroportos, portos e postos de fronteira estão em alerta máximo para impedir que qualquer cidadão de origem colombiana saia do território nacional”, disseram autoridades do país.
Assassinado do presidente do Haiti
O presidente Jovenel Moïse foi assassinado dentro da própria casa na madrugada desta quarta-feira (07/07). A informação foi transmitida pelo premiê e confirmada por agências de notícias.
O ataque, por volta da 1h local (2h em Brasília), foi feito por um grupo ainda não identificado, mas alguns dos envolvidos estariam falando em espanhol. A primeira-dama, Martine Marie Etienne Joseph, também foi baleada. Inicialmente, a informação era de que Martine havia morrido, mas a imprensa haitiana disse que ela está viva e fora do país para tratamento.
Joseph repudiou o “ato odioso, inumano e bárbaro” e pediu calma. “Todas as medidas para garantir a continuidade do Estado e proteger a Nação foram tomadas. A democracia e a República vão vencer.”
Autoridades do país disseram ter frustrado uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido em fevereiro. Mais de 20 pessoas foram presas na ocasião, inclusive um juiz federal do Tribunal de Cassação e uma inspetora geral da Polícia Nacional.