O Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou na tarde desta quarta-feira (07/07) o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse dentro da própria casa nesta madrugada.
Em nota, o Itamaraty expressou condolências e se solidarizou “com o governo e com o povo do Haiti”. Chancelaria brasileira disse esperar que os “responsáveis sejam identificados e levados à Justiça”.
“Ao condenar veementemente o atentado, o governo brasileiro reafirma a importância do compromisso das forças políticas haitianas com a democracia e com os direitos humanos no Haiti e manifesta seu apoio às autoridades do país”, diz o comunicado.
De acordo com o documento, o governo brasileiro repudiou quaisquer atos que possam “comprometer o estado de direito e a ordem democrática”, apontando a necessidade de se criar “condições para a superação da atual crise, no marco da Constituição ora vigente naquele país”.
A nota, no entanto, não faz nenhuma menção aos 13 anos, de 2004 a 2017, no qual cerca de 37 mil oficais das Forças Armadas do Brasil foram deslocados para o Haiti. A Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah) contou com diversos militares que, hoje, integram o governo do presidente Jair Bolsonaro.
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Presidente haitiano Jovenel Moïse foi morto nesta madrugada dentro da própria casa no Haiti
“Por fim, o governo brasileiro deseja transmitir seus sentidos pêsames aos familiares do Presidente Moïse e formula votos de pronto restabelecimento às demais vítimas do atentado”, finaliza a nota.
Assassinato do presidente do Haiti
O presidente haitiano Jovenel Moïse foi assassinado dentro da própria casa na madrugada desta quarta. O ataque, por volta da 1h local (2h em Brasília), foi feito por um grupo ainda não identificado, mas alguns dos envolvidos estariam falando em espanhol. A primeira-dama, Martine Marie Etienne Joseph, também foi baleada. Inicialmente, a informação era de que Martine havia morrido, mas não se sabe ao certo qual a situação.
Após o assassinato, o aeroporto da capital Porto Príncipe foi fechado, e diversos voos que tinham como destino o Haiti foram cancelados ou desviados.
Por sua vez, governo da República Dominicana anunciou que vai fechar temporariamente a fronteira do país com o Haiti. O presidente Luis Abinader determinou, também, o aumento da vigilância, e convocou os militares para uma reunião de emergência.
Os dominicanos e os haitianos dividem a ilha de São Domingos e tem cerca de 360 km de linhas fronteiriças, que, no entanto, têm poucas barreiras físicas.