Atualizada às 10h58
O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi assassinado dentro da própria casa na madrugada desta quarta-feira (07/07). A informação foi transmitida pelo premiê interino do país, Claude Joseph, e confirmada por agências de notícias.
O ataque, por volta da 1h local (2h em Brasília), foi feito por um grupo ainda não identificado, mas alguns dos envolvidos estariam falando em espanhol. A primeira-dama, Martine Marie Etienne Joseph, também foi baleada. Inicialmente, a informação era de que Martine havia morrido, mas a imprensa haitiana disse que ela está viva e sendo levada para fora do país para tratamento.
Joseph repudiou o “ato odioso, inumano e bárbaro” e pediu calma. “Todas as medidas para garantir a continuidade do Estado e proteger a Nação foram tomadas. A democracia e a República vão vencer.”
Autoridades do país disseram ter frustrado uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido em fevereiro. Mais de 20 pessoas foram presas na ocasião, inclusive um juiz federal do Tribunal de Cassação e uma inspetora geral da Polícia Nacional.
A oposição nega ter tentado dar um golpe, mas, há meses, pressionava pela renúncia de Moïse e pela nomeação de um presidente interino para um período de transição. Moïse governava o Haiti desde 2017 e, no ano passado, rompeu com o Legislativo e passou a governar por decretos. Ele dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, o que causou revolta da oposição, que reclamava o fim do mandato em 7 de fevereiro deste ano.
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A atual crise política no Haiti se iniciou na última eleição presidencial, realizada em 2015. No país, o mandato do presidente dura cinco anos e começa no dia 7 de fevereiro do ano seguinte às eleições. As eleições de outubro de 2015 terminaram com a vitória de Moïse no primeiro turno, mas a votação foi anulada após denúncias de fraude.
Declarado vencedor na eleição organizada um ano depois, o atual presidente assumiu o cargo finalmente em 7 de fevereiro de 2017. Por isso, Moïse dizia ter direito a um mandato de 60 meses, enquanto a oposição afirma que o presidente já teria cumprido o período legal do mandato.
Reprodução/ @moisejovenel
Presidente do Haiti, Jovenel Moïse foi assassinado dentro de casa