Ele era supimpa.
Tá chegando o Natal e as coisas mudam um pouco: o cheiro de plástico fica mais presente em mais ambientes; as pessoas (inclusive eu) ficam mais relaxadas, meio tocando o foda-se para o trabalho; pensamos demais no futuro; aí lembramos dessa figura incrível na história da humanidade que também ficou conhecida pelo nome de Jesus.
Jesus era a pessoa.
Jesus tinha um monte de amigos, daqueles amigos que também são parceiros. Que estão junto, que somam. Que agem como um time de heróis. Ninjas. Jesus tinha companheiros e companheiras. Jesus tinha muitos aliados. E eles confiaram em Jesus. Eles foram fiéis.
Jesus juntava a galera pra fazer yoga no monte das Oliveiras. E também adorava marcar umas meditações guiadas com a turma, na montanha.
As coisas que ele dizia eram tão poderosas que nunca, em toda a história do Ocidente, houve algum influenciador mundial tão ou mais eficiente como ele. É como se todo o budismo, o hinduísmo, o taoísmo, o xintoísmo, e outros ismos, e também as outras milhares de religiões asiáticas, fossem transmutadas em uma só pessoa, que resolveu adiantar o papo pra geral antes que as coisas ficassem piores.
As coisas acabaram ficando piores, porque às vezes Jesus é mal interpretado. A Bíblia é como uma colcha de retalhos branca, limpa e lavada à exaustão por senhores brancos, limpos, que cheiram a água sanitária, mas que por dentro apodreceram. E se dizem adubo. Sabe como é. Falsos profetas. Tá cheio deles por aí. Inclusive Osho, Prem Baba, Blabla Baba, Are Baba. Silas do Céu, João de Deus, a lista não para.
Enfim, isso a Bíblia não mostra. Eu não tenho provas, mas tenho convicção de que:
Jesus era um homem santo. Não é desses que prometem mundos e fundos, e aí você acha superlegal, mas no dia seguinte, somem, ou desconversam, ou pior, pega o dinheiro para si e finge que nada aconteceu. Jesus, por ser santo, era muito diferente de estelionatário. Jesus apenas não prometia.
Ele nunca prometeu nada a ninguém. E, se na Bíblia está escrito que Jesus prometeu algo, a edição da sua Bíblia pode ser fake, taolkey?
Jesus disse assim. Abre aspas:
O Cristo Abençoador, de Jean-Auguste Dominique Ingres (1834)/Reprodução MaspPara dizer a verdade, a gente também é deus. Todo mundo é deus. Você é deus. Se eu sou deus, então eu me amo. Porque eu amo a deus. Deus faz florestas, faz oceanos, faz maravilhas. E ele mostra essas maravilhas para a gente, todos os dias, e ficamos cada vez mais maravilhados. Somos deus, e deus é vida.
(João 5:19-21)
João escrevia bem, né? Mas aposto que esse trecho tem pitaco da Maria Madalena, aquela safadinha.
A turma de Jesus era massa demais.
O Mateus ficou tão famoso que tinha até comunidade no Orkut: “Eu conheço um Mateus”
O Marcos adorava inventar moda, se dizer de vanguarda. Era o mais nerd.
Lucas você nunca sabia muito sobre ele. Tipo escorpiano.
E o João nem precisa falar, né? AMO. Era o rei das festinhas.
Chega o fim de ano e fico toda emotiva. Quem é que não gostaria de ser como Jesus?
Uma pena o que fizeram depois. Meter uma coroa de espinhos na cabeça, dar chicotada, fazer rodar a cidade toda, aquelas ruazinhas apertadas e apinhadas de gente, carregando uma cruz feita de toras de madeira, depois deixar o homem pendurado por pregos nos punhos e nos pés, isso é muita maldade. Meter a lança no coração dele, isso é muita piedade. É que eles não entendem nada. Miguel, eles não ligam para nós.
Que o espírito de Jesus esteja em todos os nossos corações, agora e até percebermos que o tempo é relativo, amém.
P.S.: A gente não é adubo. A gente é semente.
Feliz Natal!
Reprodução/Netflix
‘Jesus juntava a galera pra fazer yoga no monte das Oliveiras. E também adorava marcar umas meditações guiadas com a turma, na montanha’