Atualizada às 16h05
A extremista de direita Marine Le Pen (Reagrupamento Nacional) reconheceu a derrota para o atual presidente da França, Emmanuel Macron (A República em Marcha), nas eleições realizadas neste domingo (24/04). De acordo com a emissora Franceinfo, a candidata ligou para o presidente reeleito e o parabenizou pela vitória.
“Claro que gostaríamos que o resultado fosse diferente. Com mais de 43% dos votos, isso representa uma grande vitória. Milhões de nossos compatriotas escolheram o [partido] Reagrupamento Nacional”, disse a candidata derrotada.
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O discurso de derrota de Le Pen, no entanto, também foi um discurso de campanha. As eleições legislativas na França acontecerão em 12 e 19 de junho, e é do interesse do partido de extrema direita de fazer a maior bancada possível e conseguir influir na escolha do primeiro-ministro do país, que precisa ter apoio do Parlamento para conseguir montar gabinete.
“Estamos mais determinados do que nunca. Não tenho ressentimento ou raiva. Não vamos esquecer que a França foi esquecida. As ideias que representamos alcançaram novos limites. Nesta derrota, não consigo deixar de sentir esperança”, disse.
Um desempenho excepcional da extrema direita na eleição parlamentar pode obrigar Macron, por exemplo, a nomear um primeiro-ministro alinhado com o grupo de Le Pen.
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Marine Le Pen reconheceu derrota, mas fez discurso para animar apoiadores para eleições legislativas de junho
Isso já aconteceu pelo menos três vezes na França. Na última, após dissolver o Parlamento antes do previsto, o então presidente Jacques Chirac viu a oposição, liderada pelo Partido Socialista, vencer as eleições legislativas e foi obrigado a indicar Lionel Jospin como premiê em 1997.
Melhor resultado da extrema direita na França
Este resultado – próximo aos 42% – é o maior já obtido por uma agremiação de extrema direita na França. Nas eleições de 2017, quando a própria Le Pen foi derrotada por Macron, o partido (então chamado Frente Nacional) obteve cerca de 33% dos votos no segundo turno.
Em 2012 e 2007, os extremistas não chegaram a ir para o segundo turno. No entanto, em 2002, o pai de Marine, Jean-Marie Le Pen, conseguiu surpreendentemente passar para segunda volta contra o então presidente Chirac. Jean-Marie perdeu de maneira acachapante, obtendo apenas 18% dos votos – contra 82% do então presidente.