Em 23 de outubro de 1983, um terrorista suicida dirigindo um caminhão carregado com cerca de uma tonelada de explosivos invade um acampamento de fuzileiros navais dos Estados Unidos ao lado do Aeroporto Internacional de Beirute. A explosão matou 220 fuzileiros, 18 marinheiros e 3 soldados.
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Poucos minutos após esta explosão, um segundo terrorista-suicida invadiu o acampamento próximo de paraquedistas franceses, matando mais 58 soldados. Quatro meses depois dos atentados, as forças norte-americanas deixaram o Líbano sem ter retaliado.
Os fuzileiros navais em Beirute faziam parte de uma força de paz multinacional que tentava negociar uma trégua entre as facções cristã e muçulmana em guerra. Em 1981, tropas norte-americanas haviam supervisionado a retirada da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) de Beirute para depois elas próprias se retirarem. Retornaram no ano seguinte, depois que os aliados libaneses de Israel trucidaram cerca de 1.000 refugiados palestinos desarmados.
Mil e oitocentos soldados da Marinha estadunidense deslocaram-se para um velho acampamento do exército israelense perto do aeroporto – uma fortaleza de muros com 80 centímetros de espessura que, aparentemente, poderia resistir a qualquer ataque.
Mesmo depois de um atentado ter matado 46 pessoas na embaixada dos Estados Unidos em abril, as tropas norte-americanas mantiveram sua postura não-marcial: o alambrado perimetral relativamente sem vigilância reforçada e as armas das sentinelas descarregadas.
Perto das 06h20 da manhã de 23 de outubro, um caminhão Mercedes amarelo investe contra a cerca de arame farpado do acampamento norte-americano, derrubando na passagem duas guaritas. Dirige-se então para a área onde estavam montadas as barracas e explode. Testemunhas oculares disseram que a força da explosão fez toda a edificação voar pelos ares momentos antes de se espatifar no solo envolto numa nuvem de pó de concreto e de restos mortais.
Os investigadores do FBI afirmaram que foi a maior explosão não-nuclear desde a Segunda Guerra Mundial e certamente o mais poderoso carro-bomba jamais detonado. Após o atentado, o presidente Ronald Reagan expressou indignação pela “abominável ação” e prometeu que as forces norte-americanas permaneceriam em Beirute até poderem estabelecer uma paz duradoura.
Nesse meio tempo, arquitetou um plano para bombardear o campo de treinamento do Hezbolá em Baalbek, Líbano, de onde os agentes de inteligência da CIA imaginam ter planejado o ataque. Contudo, o Secretário de Defesa, Caspar Weinberger, abortou a missão, presumivelmente por não querer azedar as relações com os países árabes produtores de petróleo. No mês de fevereiro subsequente, as tropas de Washington reetiraram-se todas do Líbano.
O primeiro verdadeiro carro-bomba, na verdade carroça-bomba puxada a cavalo, explodiu em 16 de setembro de 1920 nas aforas dos escritórios da Companhia J.P. Morgan no distrito financeiro de Nova York. O anarquista italiano Mario Buda levou-a até ali na esperança de matar o próprio Morgan. Acontece que o magnata estava fora da cidade, mas 40 outras pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas na explosão. Após este, aconteceram esporádicas explosões com carros-bombas, os mais notáveis em Saigon em 1952, Argel em 1962 e Palermo em 1963.
No entanto, os atentados com carro-bomba permaneceram relativamente incomuns até os anos 1970 e 1980, quando passaram a ser a marca registrada de grupos como o IRA (Exército Republicano Irlandês) e o Hezbolá. Em 1995, os terroristas de extrema-direita Timothy McVeigh e Terry Nichols usaram uma bomba escondida num caminhão Ryder para explodir o Edifício Federal Alfred P. Murrah na cidade de Oklahoma.
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