Em 15 de fevereiro de 1857, morre em Berlim, aos 52 anos de idade, o compositor russo Mikhail Ivanovich Glinka, considerado o pai do nacionalismo musical russo e o primeiro músico do país a ser reconhecido no estrangeiro. Seu trabalho exerceu grande influência nas gerações seguintes de compositores da Rússia.
Notadamente, seu cancioneiro é marcado por forte presença da música popular espanhola, com a qual tomou contato durante suas viagens ao país — o estilo da ‘jota’, por exemplo, pode ser percebido bem em sua obra “A Jota Aragonesa”. Além dessa composição, também merecem ser citadas: “Lembranças de Castela”, inspirada em sua prolífica estada em Fresdelval; e “Lembrança de uma Noite de Verão em Madri”, tendo por base a abertura “A Noite em Madri”, que faz parte de sua música orquestral.
O método utilizado por Glinka para ajustar a forma e a orquestração foram influência do folclore español. As novas ideias do compositor russo ficaram estampadas nas partituras de “As Aberturas Espanholas”.
Suas obras mais conhecidas são as óperas “Uma Vida pelo Tsar” (1836-1844) — considerada a primeira ópera nacionalista russa — e “Ruslán e Ludmila” (1845-1857), cujo libreto foi escrito por Alexander Pushkin e cuja abertura é frequentemente tocada nas salas de concerto em todo o mundo. Em “Uma Vida pelo Tsar” alternam-se árias de tipo italiano com melodias populares russas. A alta sociedade ocidentalizada da Rússia, entretanto, não recebeu facilmente a inclusão de elementos populares — taxados de “vulgar — num gênero tradicional como a ópera.
Wikicommons
Além de ter sido o primeiro músico reconhecido fora do país, Glinka exerceu grande influência na música erudita russa
Glinka foi responsável por inspirar um grupo de compositores a reunir-se a fim de produzir música baseada na cultura russa. Mais tarde, seriam conhecidos como “Os Cinco”: Modest Mussorgski, Nikolai Rimsky-Korsakov, Aleksandr Borodin, Cesar Cui e Mili Balakirev. Esse grupo fundaria posteriormente a Escola Nacionalista Russa.
Compôs ainda a “Canção Patriótica” que foi postumamente usada como o hino da Rússia entre os anos de 1991 e 2000 e que, apesar de ser uma canção conhecida e aprovada pelo povo, atualmente é considerada pelos russos que viveram no período pós-soviético como uma melodia que faz chegar à memória os “desastrosos” anos em que Bóris Yeltsin esteve no poder, sendo popularmente chamada de “A Canção da Oligarquia”.
Também nessa data:
1896 – Theodor Herzl publica “O Estado Judeu”, em que defende Estado judeu independente na Palestina
1898 – Encouraçado Maine explode em Havana
1933 – Roosevelt escapa de atentado em Miami
1950 – União Soviética e China Popular firmam o Tratado de Defesa Mútua
1953 – Ex-líderes nazistas são presos na Alemanha Ocidental acusados de arquitetar volta ao poder
1954 – É anunciada a 1ª vacina anti-poliomielite
1965 – Morre o cantor norte-americano Nat King Cole
1989 – Tropas soviéticas abandonam oficialmente Afeganistão
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.