Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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Em 15 de fevereiro de 1857, morre em Berlim, aos 52 anos de idade, o compositor russo Mikhail Ivanovich Glinka, considerado o pai do nacionalismo musical russo e o primeiro músico do país a ser reconhecido no estrangeiro. Seu trabalho exerceu grande influência nas gerações seguintes de compositores da Rússia.

Notadamente, seu cancioneiro é marcado por forte presença da música popular espanhola, com a qual tomou contato durante suas viagens ao país — o estilo da ‘jota’, por exemplo, pode ser percebido bem em sua obra “A Jota Aragonesa”. Além dessa composição, também merecem ser citadas: “Lembranças de Castela”, inspirada em sua prolífica estada em Fresdelval; e “Lembrança de uma Noite de Verão em Madri”, tendo por base a abertura “A Noite em Madri”, que faz parte de sua música orquestral.

O método utilizado por Glinka para ajustar a forma e a orquestração foram influência do folclore español. As novas ideias do compositor russo ficaram estampadas nas partituras de “As Aberturas Espanholas”.

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Suas obras mais conhecidas são as óperas “Uma Vida pelo Tsar” (1836-1844) — considerada a primeira ópera nacionalista russa — e “Ruslán e Ludmila” (1845-1857), cujo libreto foi escrito por Alexander Pushkin e cuja abertura é frequentemente tocada nas salas de concerto em todo o mundo. Em “Uma Vida pelo Tsar” alternam-se árias de tipo italiano com melodias populares russas. A alta sociedade ocidentalizada da Rússia, entretanto, não recebeu facilmente a inclusão de elementos populares — taxados de “vulgar — num gênero tradicional como a ópera.

Além de ter sido o primeiro músico reconhecido fora do país, Glinka exerceu grande influência na música erudita russa

Wikicommons

Além de ter sido o primeiro músico reconhecido fora do país, Glinka exerceu grande influência na música erudita russa

Glinka foi responsável por inspirar um grupo de compositores a reunir-se a fim de produzir música baseada na cultura russa. Mais tarde, seriam conhecidos como “Os Cinco”: Modest Mussorgski, Nikolai Rimsky-Korsakov, Aleksandr Borodin, Cesar Cui e Mili Balakirev. Esse grupo fundaria posteriormente a Escola Nacionalista Russa.

Compôs ainda a “Canção Patriótica” que foi postumamente usada como o hino da Rússia entre os anos de 1991 e 2000 e que, apesar de ser uma canção conhecida e aprovada pelo povo, atualmente é considerada pelos russos que viveram no período pós-soviético como uma melodia que faz chegar à memória os “desastrosos” anos em que Bóris Yeltsin esteve no poder, sendo popularmente chamada de “A Canção da Oligarquia”.

Também nessa data:

1896 – Theodor Herzl publica “O Estado Judeu”, em que defende Estado judeu independente na Palestina
1898 – Encouraçado Maine explode em Havana
1933 – Roosevelt escapa de atentado em Miami
1950 – União Soviética e China Popular firmam o Tratado de Defesa Mútua
1953 – Ex-líderes nazistas são presos na Alemanha Ocidental acusados de arquitetar volta ao poder
1954 – É anunciada a 1ª vacina anti-poliomielite

1965 – Morre o cantor norte-americano Nat King Cole
1989 – Tropas soviéticas abandonam oficialmente Afeganistão

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.