Grande pintor francês do final do século 19, Édouard Manet morreu em Paris no dia 30 de abril de 1883. Iniciador da pintura moderna, ele é considerado por muitos como um dos pais do impressionismo. Do movimento artístico, ele se aproximou de certos temas recorrentes como retratos, paisagens marinhas, a vida parisiense ou ainda naturezas mortas. No entanto, em sua primeira fase, ele se dedicou a pintar de maneira pessoal “cenas de estilo”, como objetos espanhóis e odaliscas, por exemplo.
Desta forma, as obras de Manet podem ter inspirado o movimento impressionista, mas ele fez questão de preservar sua independência. A considerável influência que exerceu sobre a pintura francesa e em geral sobre a arte moderna se explica pela escolha de temas fáceis, tirados da vida cotidiana, e pela utilização de cores puras e por uma técnica rápida e livre.
O artista nasceu em Paris em 23 de janeiro de 1832, numa família da alta burguesia. Aos 16 anos, tinha desejo de se engajar na marinha, mas fracassou nos exames de ingresso na Escola Naval. Apesar disso, Manet embarcou em um navio-escola com destino ao Brasil, mas seu gosto pelas belas-artes o levou a realizar numerosos desenhos e ele mudou de direcionamento em sua carreira.
Alguns meses depois, Manet regressou a Paris, a fim de estudar pintura no ateliê de Thomas Couture. A partir de 1852, Manet multiplicou suas viagens para fora do país: visitou a Holanda – onde admirou particularmente a pintura de Frans Hals -, depois Alemanha, Áustria, Itália e, mais tarde, a Espanha, onde as obras de Diego Vélasquez e Francisco Goya influenciaram profundamente seu trabalho.
Em 1863, o artista expôs seu célebre quadro “Dejeuner sur l’herbe” (Museu d’Orsay, Paris) no Salão dos Recusados, local de exposições inaugurado por Napoleão III que acolhia, a pedido dos artistas, obras rejeitadas pelo Salão Oficial. A tela representava uma jovem nua sentada, cercada por dois homens de terno, num ambiente campestre. Apesar de ser violentamente atacado pela crítica, o quadro atraiu imediatamente a atenção do público.
Wikimedia Commons
Célebre “Dejeuner sur l’herbe” (Museu d’Orsay, Paris) foi violentamente atacado pela crítica, mas atraiu imediatamente a atenção do público
Saudado por numerosos jovens pintores que reconheciam nele sua liderança, Manet se encontrou no centro de uma disputa opondo os defensores da arte acadêmica aos artistas “recusados”. Em 1864, o Salão oficial aceitou enfim dois de seus quadros e, no ano seguinte, Manet expõe “Olympia” (1863, Museu d’Orsay, Paris) – um nu inspirado na Vênus de Urbino de Ticiano, cujo realismo pouco ortodoxo levantou ondas de protestos nos círculos acadêmicos.
Em 1866, Emile Zola, que havia tomado partido da arte de Manet, torna-se seu amigo. Esse também foi o caso dos renomados pintores impressionistas Edgar Degas, Claude Monet, Auguste Renoir, Alfred Sisley, Camille Pissarro e Paul Cézanne, que foram influenciados por Monet. Apesar, de suas estreitas ligações de uma vida inteira com seus amigos, Manet não pode ser considerado um pintor caracteristicamente impressionista.
Isso porque, em 1874, o artista escolheu não participar da primeira exposição impressionista. Continuou, no entanto, a expor regularmente no Salão oficial onde sua notoriedade não cessou de se afirmar. Em 1882, apresentou pela derradeira vez a tela “Un bar aux Folies-Bergère” (Courtauld Institute Galleries, Londres), uma de suas obras mais célebres. Morreu em Paris deixando uma obra importante, compreendendo mais de 400 pinturas a óleo e pastel e numerosas aquarelas.
Também nesta data:
1492 – Espanha autoriza viagem de Crstóvão Colombo
1897 – É anunciada a descoberta do elétron
1945 – Adolf Hitler e Eva Braun teriam se suicidado após casarem-se por um dia. Soviéticos empunham bandeira da vitória no Reichstag
1948 – Assinada a criação da Organização dos Estados Americanos
1975 – Governo do Vietnã do Sul se rende aos vietcongs