Segunda-feira, 9 de junho de 2025
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Após a relutância do exército português em combater os cerca de dois mil soldados e marinheiros revoltosos em 4 de outubro de 1910, a República foi proclamada às 9 horas da manhã do dia seguinte da varanda dos Paços do Concelho de Lisboa. Após a revolução, um governo provisório, chefiado por Teófilo Braga, dirigiu os destinos do país até à aprovação da Constituição de 1911 que deu início à Primeira República.

Como foi o fim da monarquia portuguesa?

A subjugação do país aos interesses coloniais britânicos, os gastos da família real, o poder da igreja, a instabilidade política e social, o sistema de alternância de dois partidos no poder (os progressistas e os regeneradores), a ditadura de João Franco, a aparente incapacidade de acompanhar a evolução dos tempos e se adaptar à modernidade — tudo contribuiu para um inexorável processo de erosão da monarquia portuguesa.

Nas últimas décadas do século XIX por todo o país era sentido o descontentamento da população. A maioria do povo português continuava a viver com grandes dificuldades. Os pobres – operários, agricultores e outros trabalhadores rurais – estavam cada vez mais pobres, e só os que já eram muito ricos conseguiam aumentar a sua fortuna.

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Os sucessivos governos da monarquia liberal mostraram-se incapazes de melhorar as condições de vida da população. E, em 1876, formou-se um novo partido, o Partido Republicano.

As hostilidades contra o regime monárquico e a propaganda das ideias republicanas nos jornais e revistas foram crescendo. Em 31 de Janeiro de 1891 deu-se, no Porto, a primeira revolta armada contra a monarquia, que teve apoio de alguns militares e de muitos populares.

Descontentamento da população era sentido nas últimas décadas do século XIX, já que a maior parte vivia com grandes dificuldades

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Movimento revolucionário partiu de pequenos grupos conspiradores, entre membros do exército e da marinha, dirigentes civis e populares

Porém, a guarda municipal, fiel à monarquia, venceu os revoltosos. A agitação política e as manifestações populares contra a monarquia aumentaram ainda mais durante o governo chefiado por João Franco.

No dia 1 de fevereiro de 1908, em Lisboa, dá-se um atentado contra a família real. São assassinados o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe I. Em decorrência, foi aclamado rei D. Manuel II, que tinha apenas 18 anos. O novo rei procurou o apoio de todos os partidos monárquicos, mas mesmo assim não conseguiu que os republicanos desistissem de acabar com a monarquia em Portugal.

Revolução republicana em Portugal

A revolução republicana iniciou-se em Lisboa na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910. O movimento revolucionário partiu de pequenos grupos de conspiradores: – membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), alguns dirigentes civis e grande número de populares armados. Apesar de alguma resistência e alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revoltosos.

Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas e outros membros do Diretório do Partido Republicano Português, à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e perante milhares de pessoas, proclamaram a República. No mesmo dia, o rei D. Manuel II e a família real embarcaram na praia da Ericeira com destino a Gibraltar.