Com a admissão do Iraque na Liga das Nações, em 3 de outubro de 1932, o mandato do Reino Unido sobre a nação árabe é encerrado, tornando o país independente após 17 anos de governo britânico e séculos de domínio otomano.
Dominação britânica no Iraque
Os britânicos tomaram o controle do Iraque e da Turquia otomana durante a Primeira Guerra Mundial. Após a guerra, em 1920, a Liga das Nações concedeu aos britânicos um mandato para governar a Mesopotâmia e criar uma nação de distintas, e por vezes rivais, etnias e grupos religiosos, uma entidade política pouco natural.
Pior, questões sobre as fronteiras do Estado nunca foram esclarecidas, abrindo caminho para uma futura disputa com o Kuwait. O Iraque era tido como estrategicamente importante para os britânicos, daí a relutância em deixar o país.
Uma monarquia hashemita foi organizada sob a proteção britânica em 1921 e em outubro de 1932 foi concedida independência ao Iraque. O país manteve estreitos laços econômicos e militares com Londres, o que levou a diversas revoltas antibritânicas.
Em 1929 o governo trabalhista indicou sua intenção de deixar o Iraque pondo no lugar um governo liderado pelo general Nuri al Said. A possível unidade entre os políticos iraquianos estava baseada no desejo comum de conquistar independência do domínio britânico. Quando este teve fim, acabou também a cooperação entre eles e a razão de ser de vários partidos.
Al Said logo caiu e em seu lugar assumiu Rashid Ali que se mostrou incapaz de administrar o delicado equilíbrio entre as comunidades nem de conter o brutal massacre dos rebeldes assírios cristãos. Vários outros governos se seguiram com curta duração, derrocados pela violência, intriga, conspiração e golpes. Parecia que o país era incapaz de alcançar mínima estabilidade e pacífica coabitação entre os grupos rivais.
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Faiçal I foi rei do Iraque de 23 de Agosto de 1921 a 1933, ano em que faleceu
A integridade era ameaçada por grupos com aspirações separatistas, como os xiitas do rio Eufrates e as tribos curdas do norte, que agiam em conjunto com as forças turcas, num esforço para anexar a região de Mosul. Deste modo, o Reino Unido foi obrigado a manter um exército no Iraque. O rei Faiçal I requereu que o mandato fosse transformado num tratado de aliança entre duas nações.
Em junho de 1922 foi assinado um tratado de aliança entre o Iraque e o Reino Unido. O rei deveria ouvir os britânicos em todos os assuntos que afetassem seus interesses. Em contrapartida, os britânicos forneceriam assistência militar e ajuda econômica, além de formar um exército nacional de controle e proteção da elite governante.
Na primavera de 1924 uma assembleia constituinte deu grande poder, mas não absoluto, ao rei. Ele podia dissolver o parlamento, convocar novas eleições e indicar o primeiro ministro. Eleições para o primeiro parlamento foram realizadas em março de 1925. No mesmo ano, a província de Mosul é incorporada, e foi dada concessão de exploração das reservas de petróleo a uma companhia petrolífera britânica.
Iraque na Liga das Nações
Em 1927, a Iraq Petroleum Company, sediada em Londres, inicia a exploração da matéria prima. No mesmo ano Faiçal pediu ao governo britânico apoio à solicitação de ingresso na Liga das Nações. Um novo tratado de aliança entre o Reino Unido e o Iraque incluiu uma recomendação britânica para que o Iraque fosse admitido na Liga como Estado livre e independente.
Uma revolta em 1941, em favor da Alemanha nazista, levou a uma intervenção militar britânica. Em 1958, a monarquia foi derrubada e nas duas décadas que se seguiram o Iraque foi governado por uma série de governos militares e civis. Em 1979, Saddam Hussein tornou-se o ditador do Iraque, permanecendo no poder até ser derrocado pela invasão das tropas norte-americanas em 2003.