Em 7 de agosto de 1947, Kon-Tiki, uma balsa tipo pau-de-jangada, capitaneada pelo antropólogo norueguês Thor Heyerdahl, completa uma jornada de 6.900 quilômetros em 101 dias, do Peru a Raroia, no arquipélago Tuamotu, Pacífico Central.
Heyerdahl queria provar sua teoria que os sul-americanos pré-históricos podiam ter colonizado as ilhas polinésias levados pelas correntes marítimas.
Heyerdahl e os cinco membros de sua tripulação zarparam de Callao, no território peruano. O Kon-Tiki, nome devido a um mítico chefe de tribo branco, foi construído com material indígena e projetado para se parecer com as balsas dos primitivos indígenas sul-americanos. Enquanto cruzavam o Pacífico, os navegantes se depararam com tempestades, tubarões e baleias, antes de finalmente chegar a Raroia.
Nascido em Larvik, na Noruega, em 6 de outubro de 1914, Heyerdahl acreditava que os primeiros habitantes da Polinésia tinham vindo da América do Sul, uma teoria que conflitava com a opinião acadêmica mais aceita que os colonizadores originais procederam da Ásia.
Mesmo após sua bem-sucedida aventura, antropólogos e historiadores continuaram a negar a convicção de Heyerdahl. Entretanto, sua jornada cativou a opinião pública e ele acabou escrevendo um livro sobre a experiência, que se tornou um campeão de vendas internacional, traduzido em 65 idiomas.
Heyerdahl também produziu um documentário sobre a viagem e ganhou um Oscar em 1951.
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O norueguês havia feito uma primeira expedição à Polinésia em 1937. Ele e sua primeira mulher viveram primitivamente em Fatu Hiva, nas Ilhas Marquesas, durante um ano, estudando as plantas e a vida animal. A experiência o levou a acreditar que seres humanos chegaram, nos primórdios, às ilhas a bordo de primitivas embarcações levadas pelas correntes oceânicas que provinham do leste.
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Expedição Kon-Tiki fez uma jornada de 6.900 quilômetros em 101 dias, do Peru ao Pacífico Central
Em seguida à expedição Kon-Tiki, Heyerdahl realizou viagens arqueológicas a lugares como as Ilhas Galápagos, no Equador, Ilha de Páscoa, dentro do Chile, e Peru, continuando a testar suas teorias de como as viagens através dos oceanos desempenharam um grande papel nos padrões de migração das culturas antigas.
Em 1970, navegou através do Atlântico, de Marrocos, norte da África, a Barbados, no Caribe, em um bote de junco denominado Ra II, em homenagem a Ra, o Deus egípcio do sol, para provar que os egípcios poderiam ter tido conexões com os americanos pré-colombianos.
Já no ano de 1977, navegou pelo Oceano Índico em um barco de junco primitivo construído no Iraque a fim de estudar como as civilizações pré-históricas da Mesopotâmia, a civilização do Vale do Indus e o Egito poderiam ter estado ligados.
Embora as teorias de Heyerdahl nunca tivessem sido adotadas pela maioria dos estudiosos, ele resistiu como figura pública popular, tendo sido eleito como o “Norueguês do Século” em seu país.
Heyerdahl morreu em 18 de abril de 2002, na Itália, aos 87 anos. A balsa de sua famosa expedição de 1947 permanece exposta no Museu Kon-Tiki em Oslo, Noruega.
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07/08/1816 – Simón Bolívar derrota a Espanha na Batalha de Boyacá
07/08/1991 – Tim Berners-Lee coloca on-line o primeiro website, inaugurando a World Wide Web.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.