A Batalha de Maratona é encerrada em 2 de setembro de 490 a.C. quando os atenienses derrotam os persas, que tentavam se apoderar e escravizar a cidade de Maratona distante 42 km de Atenas. Uma vitória do poderoso Império Persa poderia fazer ruir a independência das cidades-Estado da Grécia e pôr fim à civilização e cultura grega.
Conforme um numeroso exército persa desembarcava, os atenienses enviaram o mensageiro Filípides – ou Feidípides – à Esparta para solicitar ajuda dos espartanos na batalha que seria travada em seguida. O mensageiro cobriu a distância de 250 km, entre Atenas e Esparta, em menos de três dias, uma notável façanha sob todos os aspectos.
De volta a Maratona, porém, tomou conhecimento que os comandantes decidiram não esperar pela ajuda dos espartanos. Após cerca de três horas de batalha, 10 mil atenienses armados com longas lanças e grandes escudos de bronze derrotaram de 20 mil a 30 mil invasores do até então imbatível império persa.
Encontro do império persa com a Grécia Antiga
O centro do império era a Pérsia e se estendia a oeste até o Egito e a leste até o Paquistão. Quando os persas conquistaram a Ásia Menor, o passo seguinte foi invadir a Europa para tomar a Grécia. A maioria das cidades-Estado do norte da península grega se submeteu sem resistência. Atenas, bem no centro da península, decidiu resistir. Daí o envio de uma força anfíbia pelos persas, que desembarcou em Maratona.
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Batalha de Maratona faz parte da história do fim da Grécia Antiga
Finda a batalha, o comandante Miltíades enviou Filípides a Atenas para anunciar a vitória. Chegando a Acrópole, só teve fôlego para dizer “Regozijem-se, vencemos!”, e caiu morto de exaustão. Em suas Histórias, Heródoto (c. 484 a.C.-c. 425 a.C.) conta que 6.400 persas e 192 atenienses morreram. Os gregos foram enterrados num túmulo coletivo que existe até hoje.
Nos séculos que se seguiram, a história de Filípides e a história de um corredor que morreu após levar notícia da vitória ateniense fundiram-se. No século XIX, o historiador britânico Robert Browning descreveu em seu “Dramatic Idylls of Pheidippides' Dash to Athens” (O Dramático Idílio da Corrida de Feidípedes para Atenas), o anúncio da vitória e sua morte.
Embora certamente não tenha sido o mesmo Filípides (ou Feidípedes) a correr os 250 quilômetros em menos de três dias e os 42 quilômetros para anunciar a vitória e seja inverossímil que um corredor-correio profissional possa ter morrido após tal corrida, a história ganhou robustez e se tornou o símbolo da maratona, uma das mais difíceis e emocionantes provas do atletismo olímpico. Ela é disputada na exata distância de 42.195 metros pelas ruas da cidade-sede.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.