Os vira-latas (eles são de direita e de esquerda) continuam com o raciocínio de que a Europa civilizada soube (ou vai saber) lidar com o coronavírus e que no Brasil a tragédia é um fato consumado.
A Itália foi um exemplo de erro estratégico, equívoco e inabilidade para lidar com a chegada da vírus. Não é o caso de demonizar qualquer país por erro, mas de refletir sobre esse discurso recorrente que nos coloca sempre na lata de lixo da história, que esconde nossos acertos e virtudes, despolitiza os próprios erros em face de um idealizado e ilibado mundo civilizado.
No Brasil, há grandes chances das consequências serem danosas pela inépcia desse desgoverno, pelas desigualdades sociais e pelas dimensões continentais do país. Por outro lado, temos o SUS e um corpo de profissionais militantes, ativos e fazendo a batalha diária real de informar a população e colocar pressão sobre o comando das secretarias e instâncias governamentais, para que sejam tomadas as decisões corretas e os recursos sejam liberados.
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Discursos derrotistas e alarmistas servem para nada nesse momento.
A hora é de defender o SUS e as políticas públicas de saúde no Brasil e não cacarejar viralatismo eurocentrista e ianque, mastigando “élfair isteite” e outras palavrinhas bonitas que desconsideram o contexto que foram construídas, as chagas do colonialismo, os genocídios históricos e as explorações que estruturaram as desigualdades e hoje são lidas da maneira mais torta e alienada.
A hora é de destacar a importância dos serviços públicos, denunciar a vulnerabilidade causada pela PEC do fim do mundo, a importância do investimento e da ação do Estado e o papel central da pesquisa e das medidas preventivas em todas as áreas.
Aos vira-latas resta o caminho da migração depois que os aeroportos forem liberados.
*Publicado originalmente no Facebook do autor
Wikicommons
Hora é de destacar a importância dos serviços públicos