O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou para esta quinta-feira (08/07) uma reunião de emergência sobre a situação no Haiti, cujo presidente Jovenel Moïse foi assassinado por um comando armado nesta quarta (07/07).
Segundo agêncisa de notícias, encontro foi marcado a pedido dos Estados Unidos e de outros países e será a portas fechadas. De acordo com a Reuters, o embaixador francês da ONU Nicolas de Riviera, falando pelo Conselho, declarou que o grupo deve se reunir nesta quinta para ser informado em relação ao assassinato do presidente haitiano.
À emissora catari Al Jazeera, a porta-voz da ONU Stephane Dujarric disse que a organização está “preocupada” com os possíveis “riscos de violência” no país, e pediu para que “todos os atores políticos no Haiti rejeitem a violência e coloquem o interesse do povo haitiano como um todo antes de quaisquer outros interesses pessoais”.
Ainda segundo a emissora, o premiê interino do Haiti, Claude Joseph, já havia solicitado ainda nesta quarta a reunião do Conselho de Segurança o “mais rápido possível”, instando que a “comunidade internacional inicie uma investigação sobre o assassinato”.
Na última semana, o Conselho já havia condenado a violência que se alastra no Haiti, insistindo com “urgência” na realização de novas eleições ainda neste ano.
Em nota, países membros apontaram sua profunda preocupação “com a deterioração das condições políticas, de segurança e humanitárias no Haiti”.
Assassinato do presidente do Haiti
O presidente haitiano Jovenel Moïse foi assassinado dentro da própria casa na madrugada desta quarta. O ataque, por volta da 1h local (2h em Brasília), foi feito por um grupo ainda não identificado, mas alguns dos envolvidos estariam falando em espanhol. A primeira-dama, Martine Marie Etienne Joseph, também foi baleada. Inicialmente, a informação era de que Martine havia morrido, mas não se sabe ao certo qual a situação.
Wikimedia Commons
Na última semana, o Conselho já havia condenado a violência que se alastra no Haiti
Após o assassinato, o aeroporto da capital Porto Príncipe foi fechado, e diversos voos que tinham como destino o Haiti foram cancelados ou desviados.
Por sua vez, governo da República Dominicana anunciou que vai fechar temporariamente a fronteira do país com o Haiti. O presidente Luis Abinader determinou, também, o aumento da vigilância, e convocou os militares para uma reunião de emergência.
Os dominicanos e os haitianos dividem a ilha de São Domingos e tem cerca de 360 km de linhas fronteiriças, que, no entanto, têm poucas barreiras físicas.
Estado de sítio no país
O premiê interino decretou também nesta quarta estado de sítio no país, suspendendo garantias constitucionais, após o assassinato do presidente.
“Como chefe de Governo ainda no cargo, convoquei nesta manhã uma reunião especial do Conselho Superior da Polícia Nacional. Acabei de comandar também uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, onde decidimos declarar estado de sítio em todo o país”, afirmou Joseph.
Na segunda-feira (05/07), Moïse havia escolhido outro primeiro-ministro, Ariel Henry, que assumiria o cargo em breve. Até o momento, Henry não se pronunciou sobre a morte do presidente ou sobre o estado de sítio.
O premiê interino disse que um grupo “fortemente armado” assassinou o presidente. “Apesar de detalhes ainda estarem surgindo, neste momento podemos confirmar que foi um ataque altamente coordenado por um grupo altamente armado e treinado”, afirmou Joseph, que disse que “justiça será feita” após o assassinato de Moïse.
(*) Com Ansa.