O imperador Constantino oferece em 11 de maio do ano 330 uma nova capital ao império romano: a Nova Roma. Esta cidade seria nomeada de Constantinopla após a morte do imperador e com este nome entraria para a história.
Como surgiu Constantinopla?
O Império Romano havia atingido sua maior extensão no século anterior. Tornara-se difícil de governar e enfrentava dificuldades para resistir à pressão dos Bárbaros. Em 293, o imperador Diocleciano desloca a sede do governo para quatro cidades próximas às fronteiras mais expostas – Mediolanum (Milão), Nicomédia, Sirmium e Treves (Trier).
Ele instaura um governo colegiado com objetivo de melhor proteger as fronteiras, mas essa tentativa fracassou. Seu sucessor, Constantino, estabelece-se em Nicomédia, (hoje Izmit, no mar de Mármara) depois de restabelecer a unidade do império.
Constantino busca um lugar propício para uma nova capital. Em 324 lança seus olhares sobre a cidade de Bizâncio. A escolha era judiciosa. Bizâncio havia sido fundada mil anos antes, em 667 a.C., por colonos vindos de Megare, entre os estreitos que separam a Europa da Ásia.
A cidade estava situada sobre uma região montanhosa, à entrada do estreito de Bósforo. Esse estreito canal abre-se ao Mar Negro ao norte e ao mar de Mármara ao sul. Este mar fechado desemboca, por sua vez, no mar Egeu e no Mediterrâneo pelo estreito de Dardanelos. É delimitada a leste por um estuário estreito que remonta ao norte. Por isso que, à época, foi chamada de “Corno de Ouro”, dada sua beleza.
Constantinopla domina as passagens entre Europa e Ásia e não está muito distante dos rios Danúbio e Eufrates. Situa-se, enfim, no coração das terras da antiga civilização helênica.
Como em Roma nas suas longínquas origens, o perímetro da cidade foi delimitado por um sulco traçado com arados. A inauguração solene foi cercada de ritos pagãos, com um sacrifício à Fortuna e uma dedicatória do filósofo neoplatônico Sopastros. No entanto, Constantinopla nasce quando o cristianismo se impunha no seio do império romano e acabou ganhando apenas templos cristãos.
Os habitantes recebem os mesmos privilégios dos romanos, em especial a isenção de impostos e a distribuição gratuita de trigo. Um senado é constituído nos moldes do SPQR, o Senatus Populusque Romanus. Constantino residiu na nova capital até sua morte, em 337.
Divisão do Império Romano
Mesclando habilmente as culturas helênica e romana, a cidade se desenvolve rapidamente e ultrapassa Roma. Em 395, com a cisão do império romano, torna-se a capital do Oriente. Sua população atinge um milhão de habitantes em seu apogeu, dois séculos mais tarde, sob o reinado do imperador Justiniano.
Em 27 de dezembro de 537, Justiniano entrega à cidade a sua joia arquitetônica: a Basílica de Santa Sofia, ou Haghia Sofia como ainda a chamam os turcos. Com o imperador Heraclius, Constantinopla abandonaria suas referências latinas e se tornaria exclusivamente grega. O império passaria a se chamar bizantino, em referência ao nome grego da cidade.
Após mais de mil anos de existência, o império bizantino se incorporaria ao império otomano. Depois da tomada da cidade pelos turcos em 1453, a cidade torna-se a capital do Império Otomano e a residência oficial do califado muçulmano. Adota o nome de Istambul. Segundo uma tese bem difundida, seria uma deformação popular da expressão empregada pelos gregos para dizer “eu vou à cidade” (eis tin Polin).
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Constantinopla, hoje Istambul, foi capital de três impérios: Romano, Bizantino e Otomano