O ministro da Defesa da Venezuela, Padrino López, denunciou nesta terça-feira (30/07) a tentativa da extrema direita em efetuar um golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro, candidato vitorioso das eleições presidenciais com 51,2% dos votos.
Em pronunciamento público, acompanhado pelo alto comando militar, López declarou que o país está “inquestionavelmente na presença do fascismo em sua expressão máxima”.
Referindo-se aos Estados Unidos, o ministro também denunciou “a estrutura internacional que investe milhões de dólares para desacreditar” as eleições do último domingo (28/07).
“Vamos derrotar mais uma vez esse golpe de Estado, não há ninguém que possa com a consciência de todo um povo”, discursou.
“Neste país haverá paz, paz e paz”, insistiu o Ministro da Defesa. O alto comando militar também expressou o seu apoio a Maduro, afirmando que o mandatário foi “legitimamente eleito pelo poder popular”.
O ministro venezuelano ainda garantiu que as Forças Armadas do país estão “em estreita conformidade com a Constituição e com o presidente Maduro”. O general-chefe também garantiu que têm instruções para não permitir um golpe de Estado.
Protestos contra Maduro
López ainda comentou os protestos promovidos pela oposição de extrema direita da Venezuela desde a última segunda-feira (29/07), denunciando suposta fraude eleitoral.
Para o general, estes protestos são “absurdos” e “implausíveis”, garantindo que a grande maioria dos homens e mulheres venezuelanos deram o seu apoio a Maduro nas eleições.
“Sem dúvida, esses atos terroristas de sabotagem são expressões de ódio e irracionalidade que fazem parte de um plano pré-concebido por grupos políticos que sabiam que estavam derrotados”, acrescentou.
Segundo ele, 23 militares e 25 policiais foram feridos na contenção das manifestações, além de um primeiro-sargento da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), José Antonio Torres Blanca, que morreu no estado de Aragua devido a um tiro no pescoço.
Segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, 749 manifestantes foram presos nos protestos, acusados de crimes como vandalismo, instigação ao ódio e até terrorismo.
Já o ministro do Interior da Venezuela, Remigio Ceballos, disse que as forças de segurança foram instruídas a agir com a força necessária, mas “em conformidade com a Constituição”.
Embaixada da Argentina em Caracas tem energia cortada
A corrente elétrica na sede da Embaixada da Argentina em Caracas foi interrompida nesta terça-feira (30/07), denunciou nas redes sociais a representação diplomática de Buenos Aires.
La Argentina repudia el hostigamiento a su sede diplomática en Caracas
La Argentina repudia el hostigamiento de la que es objeto su sede diplomática en Caracas a partir de la decisión del régimen de Maduro de interrumpir el suministro eléctrico. Al respecto, advierte al… pic.twitter.com/aomzSfALRd
— Cancillería Argentina 🇦🇷 (@Cancilleria_Ar) July 30, 2024
Na noite desta segunda-feira, o prédio já havia sido cercado pela polícia e manifestantes, pois abriga há várias semanas seis representantes da oposição contra o governo Maduro.
A tensão política na embaixada foi minimizada após o governo do Brasil, representado pelo enviado do presidente Lula, Celso Amorim, intervir e dialogar com o governo venezuelano para que ao menos os manifestantes chavistas fossem retirados do local.
A situação diplomática entre Venezuela e Argentina piorou após o presidente argentino, Javier Milei, dizer que Buenos Aires “não vai reconhecer outra fraude”, referindo-se ao resultado eleitoral. Milei também pediu que as Forças Armadas intervissem em Caracas.
(*) Com Ansa, Brasil247, Brasil de Fato e TeleSUR